Polícia Federal resgata trabalhadores LGBT+ mantidos em regime análogo à escravidão em Minas Gerais

 


Uma operação conjunta da Polícia Federal e do Ministério Público do Trabalho resgatou duas vítimas mantidas em condições análogas à escravidão em uma propriedade rural no município de Planura, no interior de Minas Gerais. A ação ocorreu entre os dias 8 e 15 de abril e revelou cenas de abuso extremo e exploração de pessoas em situação de vulnerabilidade, especialmente da comunidade LGBT+.

O trabalhador resgatado relatou que foi submetido a anos de abusos físicos e psicológicos. Ele foi tatuado à força com as iniciais “A.J.”, referência a dois de seus três patrões, e obrigado a trabalhar sem remuneração, sob jornadas exaustivas e ameaças constantes. As investigações apontam que ele também sofreu torturas brutais, incluindo abusos sexuais, que eram gravados em vídeo para fins de chantagem emocional.

Em um dos registros apreendidos pela polícia, a vítima aparece nua, com grampos presos ao corpo, enquanto os patrões assistiam e tocavam música. Em outro episódio de extrema violência, ele foi obrigado a comer fezes após ter o ânus mutilado e costurado.

mulher trans uruguaia, por sua vez, foi atraída em julho do ano passado com a promessa de um salário de R$ 700, mas recebia apenas cerca de R$ 100 por mês após descontos abusivos. Ela viveu sob constante medo de agressões e, mesmo após sofrer um acidente vascular cerebral (AVC), permaneceu em situação de dependência, pois o contrato de aluguel de sua nova moradia estava em nome dos empregadores.

De acordo com a investigação, os acusados utilizavam redes sociais para recrutar pessoas vulneráveis, principalmente dentro da comunidade LGBT+, oferecendo falsas promessas de emprego e acolhimento.

Além dos dois trabalhadores adultos, a operação encontrou também uma menina de 12 anos trabalhando em uma escola particular mantida pelos patrões, configurando trabalho infantil.

Três homens foram presos em flagrante e agora respondem pelos crimes de redução à condição análoga à escravidãotortura e exploração sexual. Foram lavrados oito autos de infração contra eles, e as autoridades afirmam que os acusados podem enfrentar penas severas.

Fonte: Portal Toca News

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