Dados do Boletim Epidemiológico de Hepatites Virais; do Departamento de HIV, Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis (Dathi) da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA), divulgados em julho deste ano, mostram que, somente em 2023, foram notificados mais de 28 mil novos diagnósticos no país. Estas hepatites caracterizam-se como inflamações que, aos poucos, matam as células do fígado e as transformam em cicatrizes que endurecem o tecido, formando as chamadas fibroses. Em estágio avançado, comprometem a função do órgão, provocando cirrose e câncer. Portanto, é importante falarmos sobre prevenção, testagem e tratamento destas doenças.
As hepatites A, B e C são consideradas os principais tipos da doença. A hepatite A é transmitida por via fecal oral, ou seja: pela contaminação direta de alimentos e água. Nesse caso, o sexo oral anal também apresenta riscos. A vacina desta hepatite está disponível no SUS para crianças, pessoas com HIV e comorbidades. A hepatite B pode ser transmitida de três formas: sexual, por agulhas e material perfurocortante contaminado e vertical (da mãe para o bebê). São necessárias de três a quatro doses e a vacina está disponível para todos pelo SUS. Já a hepatite C é transmitida por meio de contato com o sangue, transfusões e materiais contaminados. O Ministério da Saúde tem a missão de eliminar as hepatites virais até 2030, uma meta ambiciosa. Então, vamos fazer nossa parte? Confira abaixo 5 fatos importantes sobre hepatites.
1 - Entender a transmissão - As hepatites virais apresentam diferentes formas de transmissão e prevenção. As relações sexuais desprotegidas, por exemplo, representam uma das formas de transmissão das hepatites A, B, C e D. A hepatite B tem uma taxa de transmissão sexual muito alta, até 100x mais fácil que o HIV. Com o aumento das práticas sexuais desprotegidas (principalmente sexo oral no ânus, ou anilinguismo), começou a haver um surto de hepatite A entre HSH (homens que fazem sexo com homens).
2 - Buscar as vacinas - Três das cinco hepatites virais mais comuns podem ser evitadas por vacinas. Existe vacina contra a hepatite A e a hepatite B (que também protege contra a hepatite D). Para as hepatites C e E não existem vacinas. A hepatite E é rara no Brasil e mais comum em países da Ásia e da África.
3 - Não esquecer a testagem - É preciso fazer o teste para identificar a doença. O diagnóstico pode ser feito por testes rápidos ou exames laboratoriais, todos disponibilizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Ele é essencial para o médico planejar a estratégia de tratamento e evitar o comprometimento do fígado.
4 - Seguir o tratamento - Os tratamentos para cada tipo de hepatite são diversos. As hepatites A e E, na maioria dos casos, são curadas com repouso e dieta. A hepatite B também pode receber o mesmo tratamento, mas, em alguns casos, pode se tornar crônica e precisar de acompanhamento com remédios ao longo da vida.
5 - Disseminar a conscientização - Hepatites virais ainda matam cerca de 1.000.000 de pessoas a cada ano; Globalmente há um grande número de pessoas que vivem com hepatite sem diagnóstico e sem tratamento. Por isso, são importantes datas como o dia 28 de julho, que marca a Luta Mundial Contra as Hepatites Virais.
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**Este material integra o projeto Saúde e Cidadania Travesti e Transexual, uma parceria do Fórum Black Trans Brazil - Fonatrans com o Departamento de HIV/Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis do Ministério da Saúde, com recursos do projeto BRA 15/004 do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).
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