Mulher trans foi queimada viva por funcionário do Itamaraty

Renata Ribeiro Marques

No dia 12 de junho, em um hotel da Asa Norte, em Brasília (DF), uma mulher trans que é trabalhadora do sexo, foi queimada por um homem que é alto funcionário do Itamaraty, mas apenas na última semana o caso foi revelado.

Segundo o G1, o nome da vítima é Renata Ribeiro Marque, de 24 anos e o agressor é Anderson Felype de Souza Caxeta, de 33 anos. O caso foi registrado como lesão corporal, mas carta à chefia de polícia pede que caso seja tratado como violência doméstica, tentativa de feminicídio ou transfobia.

Embora Anderson Felype tenha apagado todas as suas redes sociais, o site Pragmatismo Político publicou imagem do agressor captadas por internautas. Em depoimento, Renata conta que Felype era um cliente e que: “Nunca tinha chegado a ser agredida. Foi a terceira vez em que fiz programa com ele. Ele não queria me deixar ir embora, queria me manter em cárcere”, diz.

Anderson Felype Caxeta – imagem reprodução Pragmatismo Político
Anderson Felype Caxeta – imagem reprodução Pragmatismo Político


O depoimento consta de que a vítima narra ter cobrado um valor a mais de Anderson pelo tempo em que passaria no local, mas Felype se recusou a pagar a quantia: “Nessa hora, quando estava terminando de me vestir, ele jogou álcool em gel nas minhas costas e botou fogo. Cheguei a pensar, por um momento, que morreria porque não conseguia apagar o fogo”, afirma.

Uma pessoa que trabalha no hotel encontrou a vítima na entrada do prédio e chamou o Corpo de Bombeiros. A jovem foi levada para o Hospital Regional da Asa Norte (Hran), referência no tratamento de queimados.

Representantes de entidades ligadas aos direitos humanos procuraram a Polícia Civil do Distrito Federal para cobrar medidas no combate à violência contra as transexuais. Em nota, o Ministério das Relações Exteriores afirmou que Anderson é analista em tecnologia da informação do quadro do Ministério da Economia e está em exercício descentralizado no Ministério das Relações Exteriores.

“Esclarecemos que o Ministério das Relações Exteriores não foi informado dos eventos narrados”, disseem nota ao G1. Anderson Caxeta não foi preso. Segundo o Diário Oficial da União, até outubro de 2019, o homem – que é servidor de carreira – tinha um cargo de chefia no MRE.

Fonte: Observatório G

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