Fonatrans lança nota de indignação e exige rigor na investigação de ataque brutal contra adolescente trans em Guarapari
O Núcleo do Fonatrans Espírito Santo e o Fonatrans Nacional se manifestaram oficialmente nesta quarta-feira (17), cobrando celeridade da Polícia Civil e do Ministério Público diante de crime que chocou o estado.
VITÓRIA-ES – O Fórum Nacional de Travestis e Transexuais Negras e Negros - Fonatrans, por meio de suas instâncias nacional e estadual do Espírito Santo, emitiu hoje uma Nota de Indignação pública sobre o ataque brutal sofrido por uma adolescente trans de 13 anos, em Guarapari. O documento, assinado pela presidenta Jovanna Cardoso da Silva e pela coordenadora estadual Agatha Banks, classifica o episódio como uma "barbárie inadmissível" e exige que o caso seja tratado com o rigor previsto na lei.
A adolescente foi encontrada com queimaduras graves e ferimentos severos após ser agredida e ter o corpo incendiado em plena via pública. Segundo a nota, o crime de ódio — motivado pela transfobia — não pode ser minimizado ou relativizado pelas autoridades capixabas. O texto relembra que a transfobia é crime equiparado ao racismo no Brasil, conforme decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), e que o Estado tem o dever de oferecer uma resposta imediata à sociedade.
"A Polícia Civil capixaba precisa nos dar uma resposta breve, assim como o Ministério Público do Espírito Santo precisa entrar no caso para que mais esse crime contra as nossas não seja minimizado", afirma o documento. As lideranças do movimento reforçam que a omissão diante de tais fatos compromete a segurança de jovens de todas as identidades e orientações de gênero.
O Fonatrans destaca ainda que a sociedade capixaba não tolera o preconceito e que a punição exemplar dos culpados é o único caminho para combater a violência estrutural contra a população trans. Até o momento, a adolescente permanece em estado crítico e não há informações sobre a prisão dos responsáveis. O movimento promete acompanhar os desdobramentos da investigação e pressionar os órgãos de segurança pública por justiça.

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