A 4ª Conferência Nacional dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+, que acontece em Brasília entre os dias 21 e 25 de outubro de 2025, está sendo marcada por momentos de emoção, resistência e afirmação política. Um dos pontos altos do evento é o discurso de Jovanna Baby, presidenta do FONATRANS (Fórum Nacional de Travestis e Transexuais Negras e Negros), que leva à plenária uma fala potente, marcada pela verdade das travestis brasileiras e pela urgência de políticas públicas que garantam vida digna, cidadania e respeito à população trans.
A presidenta do FONATRANS também ressalta a importância das cotas trans como instrumento de reparação histórica, mas reforça que a reparação só será efetiva quando alcançar todas as travestis e transexuais que ainda vivem à margem da sociedade. Jovanna faz um apelo direto ao presidente Lula para que amplie as políticas públicas voltadas à população trans e reafirma que o direito à vida é sagrado: “Nós não queremos muito, presidente, só queremos viver. Faça com que o Brasil pare de nos matar.”
O discurso de Jovanna Baby é recebido com aplausos de pé e ecoa como um grito coletivo por justiça, dignidade e reconhecimento. Sua fala histórica reafirma o protagonismo das travestis e transexuais negras e negros na luta por um Brasil mais igualitário, antirracista e livre de transfobia.
Com coragem e sensibilidade, Jovanna Baby escreve, neste momento, mais um capítulo na história da resistência trans brasileira, levando à 4ª Conferência Nacional a voz de tantas que, por séculos, foram silenciadas — e que hoje se erguem para exigir o direito de existir com dignidade.
O FONATRANS está presente na Conferência com diversas delegadas eleitas nos estados e levarão para o encontro as pautas e experiências acumuladas nas ações de formação, incidência política e produção de conhecimento sobre as travestilidades negras, reafirmando o compromisso com uma agenda antirracista, transfeminista e interseccional. A presença do Fórum é também um gesto de reconhecimento da importância das pessoas trans negras e periféricas na construção das políticas públicas nacionais e na defesa dos direitos humanos.



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