FONATRANS marca presença na 5ª Conferência Nacional de Políticas para Mulheres e reforça o compromisso com o enfrentamento à transfobia e ao racismo


O Fórum Nacional de Travestis e Transexuais Negras e Negros (FONATRANS) participou ativamente da 5ª Conferência Nacional de Políticas para Mulheres, realizada em Brasília, um marco histórico para o movimento de mulheres e para as políticas públicas voltadas à equidade de gênero no Brasil. Após dez anos sem a realização do evento, a conferência reuniu cerca de seis mil mulheres de todas as regiões do país, promovendo intensos debates sobre democracia, direitos, diversidade e o enfrentamento a todas as formas de violência.

Durante os dias de conferência, o FONATRANS reafirmou sua pauta de luta pela inclusão e pelo reconhecimento das travestis e mulheres trans negras nas políticas públicas de gênero, ampliando a compreensão de “mulheridades” como conceito plural, que abrange distintas experiências e identidades. A presença do Fórum nesse espaço foi também um gesto político de resistência, destacando a importância da interseccionalidade nas discussões feministas e nas ações de Estado.


O evento contou com a presença constante da ministra das Mulheres, Márcia Lopes, e de todo o secretariado, que mantiveram um diálogo direto e contínuo com a sociedade civil. Essa abertura possibilitou que diferentes vozes fossem ouvidas, especialmente as de grupos historicamente marginalizados, como as mulheres trans, negras e periféricas.


Em reconhecimento à sua trajetória e contribuição para o movimento de mulheres e para a luta contra o racismo e a transfobia, Jovanna Baby, Presidente do Fonatrans, foi homenageada pela organização da 5ª Conferência Nacional de Políticas para Mulheres, que incluiu sua foto e minibio em uma galeria dedicada a personalidades femininas que marcaram a história da defesa dos direitos das mulheres no Brasil. O painel, exposto em área de destaque do evento, celebrou lideranças que têm transformado o país por meio do ativismo, da resistência e da promoção da igualdade. A homenagem simbolizou o reconhecimento do Estado e da sociedade civil ao protagonismo das mulheres trans e travestis negras, reafirmando que suas histórias e lutas também compõem a construção da democracia e das políticas públicas voltadas à equidade de gênero.

Entretanto, o ambiente de diversidade e de trocas também revelou as tensões que ainda permeiam o debate sobre gênero e inclusão. Durante a conferência, a ativista e membra do FONATRANS, Jovanna Baby, foi alvo de ataques transfóbicos por parte de setores extremistas. Apesar do episódio doloroso, Jovanna transformou a experiência em aprendizado e reafirmou seu compromisso com o combate ao machismo, à misoginia, à transfobia e ao racismo. O caso provocou uma forte reação das participantes, resultando na aprovação de uma moção de repúdio à transfobia, aprovada 95% das delegadas presentes — um gesto simbólico e potente de solidariedade e resistência.

A atuação do FONATRANS na 5ª Conferência reafirma o papel da população trans negra na construção de um feminismo plural e comprometido com a justiça social. A entidade segue firme em seu propósito de garantir o direito à vida, à dignidade e à participação política das travestis e transexuais negras em todos os espaços de decisão, contribuindo para o fortalecimento de uma sociedade verdadeiramente democrática e livre de violências.







 

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