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Carta-convite à Jovanna Cardoso |
O convite oficial do Governo do Togo a Jovanna Cardoso para o 9º Congresso Pan-Africano, que acontecerá em Lomé de 8 a 12 de dezembro de 2025, é um marco histórico sem precedentes. Pela primeira vez, uma mulher trans negra brasileira é convidada a fazer parte da comitiva de um governo africano, representando não apenas sua nação, mas também as lutas e a vivência de comunidades que raramente têm voz em palcos diplomáticos internacionais.
O evento, organizado pelo Governo do Togo em colaboração com a União Africana, tem como tema o “Renascimento do pan-africanismo e o papel da África na reforma das instituições multilaterais”. Conforme a carta-convite, a presença de Jovanna é considerada uma oportunidade fundamental para o continente africano e a diáspora se reunirem, trocarem ideias e adotarem resoluções. A própria carta destaca que a sua participação “enriquecerá os debates e contribuirá para o seu sucesso”. Essa formalização é um reconhecimento da relevância de sua atuação e da perspectiva que ela traz para discussões sobre governança global, direitos humanos e o futuro da diáspora africana.
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Jovanna Cardoso, Presidente do Fonatrans. |
Este convite transcende o protocolo diplomático e se estabelece como um símbolo de inclusão e renovação. Ele desafia as noções tradicionais de liderança e representatividade dentro do movimento pan-africanista, que, por vezes, tem sido associado a estruturas mais conservadoras. Ao incluir uma mulher trans negra do Brasil, o Togo envia uma mensagem clara de que o pan-africanismo do século XXI deve ser uma força progressista, capaz de abraçar e amplificar as vozes mais marginalizadas da diáspora. É um sinal de que a luta por raça e origem deve ser indissociável das lutas por identidade de gênero e orientação sexual.
A participação de Jovanna no congresso não é apenas uma vitória pessoal, mas uma conquista coletiva que ressoa globalmente. Ela abre as portas para que outras identidades invisibilizadas possam ser reconhecidas e valorizadas, provando que a diplomacia e a cooperação internacional podem e devem ser espaços de celebração da diversidade humana. Este momento marca um novo capítulo na história, onde as pautas de minorias se tornam centrais nos debates sobre o futuro da África e de suas conexões com o resto do mundo.
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