Tifanny Abreu, primeira mulher trans campeã da Superliga de Vôlei, deu os primeiros passos no esporte em Goiânia. A jogadora, que atua como oposta, foi peça-chave na conquista do hexacampeonato do Osasco, com 24 pontos marcados na vitória por 3 sets a 1 contra o Sesi-Bauru — ficando atrás apenas de Natália Zilio na pontuação da equipe.
Nascida em Paraíso do Tocantins e criada em Conceição do Araguaia, Tifanny só ingressou no mundo esportivo quando passou a morar com a família em Goiânia. Em entrevista ao podcast Cientista do Esporte, comandado por Luiz Felipe Prota, ela contou que começou a jogar voleibol nas ruas do bairro, aos 16 anos, observando outros jovens e aprendendo por conta própria.
"Naquela época, o vôlei estava em alta. Toda rua tinha uma quadra improvisada. A gente esticava uma rede, arranjava uma bola e jogava. Foi assim que aprendi", relembrou.
O incentivo escolar também teve papel importante em sua trajetória. O entusiasmo dos alunos levou a professora de educação física do Colégio Estadual Antônio Oliveira da Silva, no Parque Amazônia, a inscrever o time nos Jogos Escolares de Goiânia, em 2000. Apesar da pouca experiência, a equipe surpreendeu ao vencer o torneio com o sistema 6x0, chamando a atenção dos técnicos da cidade.
Essa vitória impulsionou a criação de um projeto permanente de voleibol na escola. “Até hoje o colégio mantém esse projeto por causa daquela conquista. Fico muito feliz por isso”, destacou Tifanny.
Com carinho, ela também recorda o apoio recebido na cidade. “Meu primeiro técnico em Goiânia, Wesley, foi fundamental. Ele acreditou em mim, me ensinou muito e até me mudou de posição, o que foi decisivo na minha evolução como jogadora”, contou.
Apesar do apego à cidade, Tifanny precisou buscar novos horizontes. “Para crescer no esporte, precisei sair de Goiânia e ir para São Paulo. Infelizmente, estados como Goiás ainda enfrentam falta de investimento no esporte, o que obriga muitos atletas a se deslocarem em busca de oportunidades”, afirmou.
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