Boxeadores trans dos EUA terão que fazer cirurgia para poder competir

A mudança do USA Boxing exige que os atletas transgêneros se submetam à cirurgia de redesignação e a testes de hormônios para competir



O USA Boxing, órgão regulador do boxe olímpico nos Estados Unidos, implementou novas regras que afetam diretamente os  boxeadores transgêneros. As normas, que entraram em vigor em 1º de janeiro, estipulam que esses atletas devem passar por uma cirurgia de "mudança de sexo" e fornecer quatro anos de avaliações hormonais trimestrais antes de competir.

A organização não especificou o que significa " cirurgia de mudança de sexo ", mas o termo é comumente usado para se referir a procedimentos como vaginoplastia (remoção do pênis para reconstrução de uma vagina) ou faloplastia (reconstrução de um pênis). Não está claro se outros tipos de cirurgias, como orquiectomias (remoção apenas dos testículos), seriam aceitos.

As novas regras também determinam que boxeadores menores de 18 anos devem competir conforme o sexo atribuído no nascimento, sem exceções. Essas políticas foram elaboradas com base na estrutura de 2021 do  Comitê Olímpico Internacional (COI) sobre Equidade, Inclusão e Não Discriminação com Base na Identidade de Gênero e Variações Sexuais.

No entanto, a estrutura do COI também aconselha contra políticas invasivas ou desnecessárias, como exames ginecológicos. "Os atletas nunca devem ser pressionados a se submeter a procedimentos ou tratamentos medicamente desnecessários para atender aos critérios de elegibilidade", diz o documento. Em 2016, o próprio COI aboliu sua exigência cirúrgica para atletas trans. 

Apesar de ter sido lançada recentemente, a política trans do USA Boxing é datada de agosto de 2022, sugerindo que sua elaboração pode ter ocorrido ao mesmo tempo que a polêmica envolvendo a nadadora universitária trans Lia Thomas.

Fonte: IG Queer

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