Jovem espancada por grupo no interior de SP diz ter sido vítima de transfobia: ‘Quase mortas’

Mulher de 20 anos e amiga, de 37, ambas trans, foram atacadas enquanto estavam a caminho de uma cavalgada em Piratininga (SP). Inquérito foi aberto e agressores já foram identificados, segundo a polícia que investiga o caso como tentativa de homicídio; vídeo mostra a violência sofrida.


A jovem de 20 que foi violentamente agredida com uma amiga por várias pessoas em Piratininga, no interior de SP, diz que foi atacada por ser transsexual.

“Fomos vítimas de transfobia e quase mortas”, disse a mulher ao g1. Ela contou que, antes das agressões, foi xingada pelos agressores de “viado” e “traveco”.

O caso aconteceu no domingo (7), sob um pontilhão da Rodovia João Baptista Cabral Rennó (SP-225). A violência foi registrada em vídeos, que foram enviados ao g1 na última sexta-feira (12).

Nas imagens, é possível ver que as vítimas foram agredidas por um grupo de pelo menos oito pessoas, entre homens e mulheres. A jovem chegou a desmaiar após receber chutes na cabeça.

Ela disse que ouviu de testemunhas que, enquanto estava desacordada, foi arrastada pelo asfalto por uma das agressoras.

“Me jogaram no chão, como está no vídeo, e começaram a pisar no meu rosto e cortaram meu cabelo, falando que iam tirar minha prótese, mas eu não tenho prótese”, relata.

De acordo com o boletim de ocorrência, a jovem, a amiga, de 37 anos, e um rapaz estavam a caminho de uma cavalgada que foi realizada em Piratininga quando começaram a ser ofendidas pelo grupo.

O trio, que estava de carro, decidiu parar próximo ao pontilhão para ir a pé até o evento, que ocorreu a poucos metros de distância daquele local. Foi quando as duas mulheres foram cercadas pelo grupo, que saltou de um veículo e as agrediu com socos, chutes e garrafadas, segundo o BO.

A vítima mais velha, de 37 anos, chegou a ser atingida com uma garrafa na cabeça.

As duas mulheres foram socorridas por outros amigos e por uma equipe da concessionária que administra o trecho da rodovia. Elas foram levadas à Santa Casa de Piratininga. “Se não fossem eles, não estaríamos aqui”, diz a jovem.


Inicialmente, o delegado responsável pelo caso, Dinair José da Silva, informou que um inquérito de lesão corporal havia sido aberto. Na tarde de sexta-feira (12), no entanto, a tipificação do caso foi alterada para tentativa de homicídio e transfobia.

Segundo o delegado, as vítimas foram ouvidas e os agressores já foram identificados. A polícia agora trabalha para localizar o grupo.

Fonte: G1

Comentários