Travesti é alvejada a tiros em praça de Marabá

 

O crime teria sido praticado por um motociclista que sacou uma arma de fogo e efetuou cinco disparos em direção a vítima






O Brasil é o país que mais mata trans e travestis no mundo. Somente em 2022, 131 transexuais e travestis foram mortas por questões de gênero no país, de acordo com a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra).

Uma travesti foi alvo de tentativa de homicídio na madrugada da última sexta-feira (17), na Praça Monsenhor Baltazar Jorge, mais conhecida como Praça da Folha 16, na Nova Marabá. Myrela estava à espera de clientes para programa, quando foi surpreendida por uma motocicleta, pilotada por um homem (estava sozinho), que subiu a calçada da praça.

O piloto da moto sacou uma arma de fogo e efetuou cinco disparos em direção da vítima. Dois dos tiros acertaram Myrela, vindo a atingir as nádegas dela. Um dos disparos também perfurou o estômago da travesti, que foi socorrida e encaminhada para receber atendimento médico no Hospital Municipal de Marabá.


O local onde ocorreu o baleamento é um ponto onde vários travestis se concentram principalmente à noite para programas.

“Nós fomos acionados noticiando que uma travesti foi alvejada por disparos de arma de fogo e viemos aqui para o hospital para garantir que ela fosse atendida, realizasse a cirurgia para a remoção das balas, o que ocorreu depois de muita pressão dos movimentos junto aos órgãos de saúde do município”, informou o coordenador do movimento LGBTQIA+, Igor Silva.

Ele explicou que Myrela chegou à cidade recentemente vinda de Tucuruí, a 276 quilômetros de Marabá. Era o primeiro dia de trabalho no ponto, quando ocorreu a tentativa de homicídio.

Uma ocorrência policial foi registrada na 21ª Seccional de Polícia Civil de Marabá pelo crime de LGBTFobia. “Não é a primeira vez que as meninas daquele ponto são vítimas de LGBTFobia, da última vez foi um carro e agora uma moto. Registramos o BO para identificar o autor e saber o que aconteceu lá”, afirma Igor Silva.

Transfobia

A Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (SEJUDH) também está acompanhando a situação ocorrida em Marabá. “Lamentavelmente 2023 já começa com um caso de transfobia e nós estamos aqui através da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (SEJUDH) para de fato dimensionar essa questão desses assuntos de homofobia”, afirma o representante do movimento LGBTQIA+ do Estado, João Vitor.

Ele afirma que cerca de 24h após o baleamento da travesti, mais um caso de transfobia foi registrado em Marabá. A situação ocorreu em um bar, na Folha 28, quando um homossexual foi expulso do local pelo fato dele ser LGBT.

“O mundo que a gente vive é um mundo muito preconceituoso e a gente tenta de todas as formas amenizar a situação”, afirmou o representante do movimento LGBTIQA+.

LGBTFobia

LGBTfobia é a terminologia usada para abarcar todas as formas de violência contra pessoas LGBTI+ em que a motivação principal é sua identidade de gênero e/ou orientação sexual.

Fonte: DOL

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