O PSB apresentará a solicitação ao Conselho de Ética, enquanto o PSOL protocolará uma notícia-crime no STF
A deputada federal Tabata Amaral (PSB–SP) anunciou que apresentará ao Conselho de Ética da Câmara um pedido de cassação do mandato do deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) em razão de seu discurso transfóbico nesta quarta-feira 8.
Durante sessão no plenário, o bolsonarista vestiu uma peruca loira e disse que as mulheres estariam perdendo espaço para “homens que se sentem mulheres”.
De acordo com STF, a transfobia é crime e pode ser punida com até três anos de prisão.
O PSOL, cuja bancada é liderada por Sâmia Bomfim (SP), informou que protocolará uma notícia-crime no Supremo Tribunal Federal.
Pouco antes, a deputada Erika Hilton (PSOL-SP) subiu à tribuna da Câmara. Ela e Duda Salabert (PDT-MG) são as primeiras deputadas federais transexuais do País.
Hilton endossou a decisão de seu partido de apresentar a notícia-crime e agradeceu pelo apoio após os ataques. “A estratégia dos bolsonaristas e transfóbicos é antiga: usam nossas vidas de escada para se construir”, criticou.
Para a Associação Nacional de Travestis e Transexuais, a Antra, a atitude do deputado bolsonarista incita discursos de ódio que levam à morte de pessoas trans.
“Só acredita e dissemina a narrativa de que mulheres trans estariam roubando o lugar de mulheres cis aquelas pessoas que negam que somos mulheres. E isso é uma flagrante denúncia de violência de gênero ao negar e zombar de nossas identidades – garantidas pelo estado brasileiro”, sustenta a entidade, que também pede a responsabilização de Ferreira.
O presidente da Câmara, Arthur Lira, se manifestou contra o discurso do parlamentar. “O Plenário da Câmara dos Deputados não é palco para exibicionismo e muito menos discursos preconceituosos”, afirmou. “Não admitirei o desrespeito contra ninguém. O deputado Nikolas Ferreira merece minha reprimenda pública por sua atitude no dia de hoje”.
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