Conselheira sofre transfobia ao tentar entrar em banheiro feminino da Prefeitura de Crato

 Jhully estava em um evento alusivo ao Dia Internacional da Mulher quando precisou entrar na sede municipal para ir ao banheiro e foi surpreendida por um guarda


A conselheira municipal de direitos LGBTQIA+ Jhully Carla de Sousa foi vítima de transfobia ao tentar usar o banheiro feminino da Prefeitura de Crato nesta quarta-feira (8). A cearense e ativista trans estava na sede do poder municipal para um evento e foi trocar de roupa, quando foi impedida por um servidor municipal. 
Ela estava junto a uma amiga cisgênero. O guarda municipal "mandou" Jhully ir ao banheiro masculino e pediu que somente a colega dela entrasse na ala feminina. 
"É inadmissível que em um dia como hoje [Dia Internacional da Mulher], eu sofra essa violência. Eu disse para ele que é meu direito e que eu iria usar o banheiro de acordo com minha identidade de gênero", comenta Jhully.
A conselheira relatou que se sentiu "deslegitimada". Do lado de fora da Prefeitura, ela conta que foi realizado um protesto para reivindicar seus direitos. 
"Reivindicamos nosso direito para que profissionais possam aprender a respeitar a população trans e travesti. Esse espaço é nosso. Se eu me reconheço como mulher, tenho que usar o banheiro que me cabe".

Procurada pelo Diário do Nordeste, a Prefeitura de Crato informou que "até o momento" não foi feita uma denúncia sobre o caso e que só serão instaurados procedimentos para apurar o caso seja realizada uma notificação. 

A gestão não soube responder se o servidor municipal em questão será capacitado para que casos como o de Jhully não ocorram novamente. 
TRANSFOBIA EM ACADEMIA
Em maio de 2022, Jhully foi impedida de realizar a matrícula em uma academia "exclusivamente feminina" no bairro Pirajá, em Juazeiro do Norte,

"Fui impedida de fazer a matrícula. Uma funcionária foi orientada a falar que não aceitava na academia pessoas como eu porque é uma academia feminina, e a empresa não tinha preparação para me receber porque as alunas não me aceitavam pela questão da minha genitália. Eu sai arrasada e chorando pela discriminação. Nunca fui impedida de algo por conta de uma genitália", revelou Jhully Carla.
À reportagem, Jhully Carla disse que procurou a academia por indicação de uma amiga e também pela proximidade de sua casa. Ela ainda argumentou que essa não é a primeira vez que o estabelecimento é acusado do crime de transfobia, e que outra mulher transexual também já passou por episódio parecido.

Fonte: Diário do Nordeste

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