Mãe processa escola por “obrigar” seu filho de 4 anos a participar de parada LGBT

 De acordo com a imprensa do Reino Unido, este é o primeiro caso do tipo a ser julgado no país


Izzy Montague, 38, ficou furiosa ao ouvir da diretora da Escola Primária Heavers Farm, em South Norwood, no sudeste de Londres, na Inglaterra, que haveria uma parada do orgulho LGBT e que o filho dela de 4 anos, aluno da instituição, não poderia optar por deixar de participar.

A família foi informada por uma carta, no dia 19 de junho de 2018, que a escola promoveria uma marcha do orgulho LGBT. Todos os pais foram convidados para “celebrar as diferenças que tornam eles e sua família especiais".

Uma semana mais tarde, a mãe entrou em contato com a escola e pediu que seu filho fosse dispensado no dia 29 de junho, data em que o evento estava marcado. Como justificativa, ela explicou que se preocupava com o fato de a criança estar envolvida em uma “exibição pública de adesão a pontos de vista que ela não aceitava por ser cristã devota”. Susan Papas, diretora da escola, negou o pedido. O pai do menino, então, mandou um longo e-mail de resposta no dia 13 de julho.


A discussão foi parar no tribunal, já que os pais decidiram processar a escola. De acordo com o Daily Mail, os advogados da mãe se baseiam na Lei de Educação, de 1996, e na Lei dos Direitos Humanos, de 1998, que falam de discriminação direta e indireta e vitimização. Ainda segundo o jornal, é a primeira vez que um tribunal do Reino Unido examinará a legalidade da imposição da ideologia LGBT nas escolas primárias.

O convite para participar da parada não foi a primeira vez em que o tema virou motivo de atrito entre a família Montague e a instituição de ensino. Em um depoimento, a mãe disse ao tribunal que, em uma ocasião anterior, já havia expressado preocupação ao professor de seu filho pelo tipo de livro que eles liam em sala de aula, incluindo “um livro para famílias do mesmo sexo”.

No início do caso, o juiz Christopher Lethem descreveu Izzy Montague e seu marido como “cristãos devotos renascidos” e acrescentou: “Eles acreditam que as relações sexuais devem ser abstidas ou ocorrer dentro de um casamento vitalício entre um homem e uma mulher. Para eles, qualquer atividade fora desses limites é pecaminosa. Eles também dizem que o orgulho é considerado o mais grave dos pecados capitais”.

No dia 19 de setembro daquele mesmo ano, a mãe participou de uma reunião na escola e, na ocasião, a filha da diretora Susan Papas usava uma camiseta com a seguinte mensagem: “Por que ser racista, sexista, homofóbico ou transfóbico quando você pode apenas ficar quieto?”.

Sobre a carta recebida da escola, no dia 19, Izzy Montague comentou, no tribunal: “Parecia que estavam me dando um sermão sobre algo a ver com os valores britânicos e dizendo que, de alguma forma, não estávamos aderindo a esses valores”.

Ian Clarke, advogado que representa a escola no caso, perguntou: “Você também disse, em sua declaração de testemunha, que a carta fazia um comentário depreciativo sobre as atitudes dos pais... Onde isso estava escrito?”. A mãe respondeu: “Sinto que esta carta estava realmente tentando martelar os pais e induzi-los a algo que nunca havia acontecido antes”.


O advogado da escola perguntou, em seguida, se ela achava que a carta estava forçando os pais a doutrinar um estilo de vida LGBT para os filhos e questionou em que trecho do texto havia essa informação. “Não sei, apenas senti que um tópico havia surgido. Eu, claramente, não sabia nada sobre isso, mas esta foi a maneira, na minha opinião, de tentar nos doutrinar, passando isso como parte da lei ou parte dos valores britânicos ou parte do currículo nacional. Estava tentando vender algo que ninguém queria comprar”, respondeu Izzy.

Depois, o advogado leu um trecho de um texto publicado pela escola no dia 18 de junho daquele ano, que dizia: “Em junho, celebrar o Orgulho é aprender sobre a diversidade de toda a nossa comunidade escolar e combater o bullying”. Na sequência, perguntou à mãe: “Pelo que entendi, você não tem problemas em celebrar a diversidade de toda a comunidade escolar e combater o bullying?”.

Ela respondeu: “Para mim, pessoalmente, não é algo que eu comemoraria. Não é algo que eu escolheria para comemorar. Acho bom que a comunidade mais ampla se reúna e aprendamos e vivamos juntos. Não sei se com ‘comemorar’ você quer dizer ‘fazer uma festa’. Não é algo que eu assistiria”.

“A escola não está simplesmente usando o mês de junho para celebrar questões mais amplas de diversidade e tolerância?”, perguntou Clarke. “Acredito que está usando o mês do Orgulho para vender o mês do Orgulho. Acho que é possível e muito fácil celebrar a diversidade sem que isso tenha algo a ver com o mês do Orgulho”, sugeriu a mãe.

“Então, se eles fizessem isso em 29 de maio, estaríamos todos sentados aqui?”, questionou Clarke. "Se eles celebrassem qualquer estilo de vida sexual, ainda assim estaríamos sentados aqui", disse Izzy. “Então o fato de ser o mês do orgulho gay não quer dizer nada?”, rebateu o advogado. "Um mês que celebra estilos de vida sexuais é um problema em qualquer mês", respondeu a mãe. .


Ainda não há uma conclusão sobre o caso e a audiência deve continuar nas próximas semanas.


Fonte: Revista Crescer

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