12 artistas trans e travestis para conhecer em 2023

 No dia 29 de janeiro, é comemorado o Dia da Visibilidade Trans e Travesti no Brasil. Nessa lista, conheça 12 artistas que exalam diversidade para você acompanhar em 2023.

Por Vitor Ranieri


Neste dia 29 de janeiro, comemora-se o dia nacional da visibilidade trans. A data, estabelecida pelo Ministério da Saúde em 2004, marca o respeito pela identidade de gênero de pessoas transexuais e travestis. Mesmo que a data seja comemorativa, é muito importante que estejamos conscientes dos desafios que a comunidade transvestigênere enfrenta no dia a dia. 

Infelizmente, a situação ainda é bastante grave para essa parcela da sociedade, sobretudo em território nacional. Segundo a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA), o Brasil permanece como um dos países que mais mata pessoas trans em todo o mundo. Em 2021, houve cerca de 317 assassinatos de pessoas trans e travestis no país, e ano passado a perspectiva de vida se manteve na faixa dos 30 anos.

Diante de um cenário violento da transfobia e pela constante luta pelos direitos mínimos, uma forma de resistência que chama atenção e permanece sendo força motriz da esperança é a arte, essencialmente por ser um dos poucos campos que permite a construção de uma narrativa de vida e liberdade. A cultura enfrenta diversos mecanismos de sucateamento e segue lidando com desafios estruturais do Brasil, porém se estabelece como uma rede de apoio fortalecida para corpas de pessoas trans e travestis e ajuda a fomentar oportunidades para essas e outras pessoas invisibilizadas pelo sistema.

Para enriquecer 2023 de arte diversa, veja essa lista de artistas trans e travestis que você precisa conhecer:

1) Mumutante

Foto: Camila Lima /Reprodução

Muriel Cruz Phelipe, é musicista, modelo, backing vocal do artista Mateus Fazeno Rock e dança em diferentes sonoridades ao mesclar estilos, como lo-fi, brega funk e eletrônico. A crescente da cantora no cenário artístico do Ceará já é palpável. No início de 2021, o single intitulado “Formatei-me”, produção de Mumu com o beatmaker Emiciomar, surgiu no topo das músicas mais escutadas pelos estudantes da Universidade Federal do Ceará (UFC), segundo métricas do Spotify. O seu último lançamento foi ‘’Eu Te Amo’’ lançado em 2022, e sua movimentação no cenário artístico gerou convites para participações nos shows da banda Baiana System e do artista Silvero Pereira. Acompanhe o trabalho de Mumu.

2) Rafa Bebiano

 Autoretrato. Foto: Reprodução

Rafa Bebiano é vale-paraibana, cantora, compositora, podcaster, poeta e produtora cultural. Já abriu o show da Glória Groove em Tremembé, participou do Festival Sonora Paraty, contribuiu em rodas de conversas sobre pessoas trans na Arte pela Nave Coletiva da Mídia Ninja, cantou no SP na Rua 2019, no MAM – Museu de Arte Moderna, ao lado de Rosa Luz, no Sarau As Mina Tudo, na Galeria Olido e entre outros festivais. Além disso, em 2022, lançou seu primeiro EP “Legítima’’ com faixas que misturam R&B e Jazz em sua sonoridade. Acompanhe o trabalho de Rafa Bebiano.

3)  Benjamín

Autorretrato. Foto: Divulgação

Benjamín Damini comemorou a emissão de um RG com seu novo nome em 2022. O ator de 23 anos passou recentemente pela transição de gênero e ficou conhecido por fazer Malhação: Toda Forma de Amar (2019). O artista tem se dedicado à carreira na música e com seu primeiro single lançado ‘’gela’’ e tem outros planos para uma maior projeção em breve, sem deixara atuação de lado. Acompanhe o trabalho de Benjamin.

4) Ventura Profana

Foto:Prêmio Pipa / Reprodução

Ventura Profana, é compositora, cantora, evangelista, escritora, performer e artista visual. Indicada ao Prêmio PIPA 2020 e 2021, e artista selecionada em 2021. Nos últimos anos, seu trabalho foi exibido em espaços pelo Brasil, como no Museu da Lingua Portuguesa (São Paulo) e no Museu de Arte do Rio, e internacionalmente, como Werkstatt Der Kulturen Berlin (Alemanha). A cantora também participou da música ‘’Eu Matei o Júnior’’, do segundo álbum de estúdio da multiartista Linn da Quebrada. Em 2016, publicou o livro “A Cor de Catu ” e lançou, em 2020, o EP  “Traquejos Pentecostais para Matar o Senhor” que mistura letra quase catárticos e arranjos que trazem memórias sinápticas para quem cresceu em berço evangélico. Acompanhe o trabalho de Ventura.

5) Rosa Luz

Autorretrato. Foto: Divulgação

De Brasília, Rosa Luz começou no YouTube, com o canal Barraco da Rosa. Na sua carreira, tanto como youtuber quanto rapper, Rosa Luz traz a sua experiência como uma mulher trans, negra e de periferia e, na música, cria suas melodias em cima de ritmos de origem africana. Além do EP, lançou singles como ‘’Sanguinária’’‘’O Carnaval Que Elas Querem’’, gravou um disco ao vivo no Estúdio Showlivre e participou do documentário Chega de Fiu Fiu, produzido pela ONG feminista Think Olga, que retrata o assédio sofrido por mulheres e a resistência através da arte e do ativismo. Em junho de 2022, ‘’Te Quiero | Ros4 part. Damacuri (prod. Dama no Beat’’), novo single de Rosa Luz, chegou às plataformas digitais.  Acompanhe o trabalho de Rosa.

6) Nick Cruz

Autorretrato. Foto: Divulgação

Capixaba, Nick Cruz começou a cantar em bares de Vitória, ES com 17 anos. Em 2019 o jovem cantor lançou sua primeira música autoral “Me Sinto Bem” e atualmente é um dos contratados da gravadora Warner Music. Com canções saborosas, divertidas e letras leves e simples, mas que dialogam diretamente com o público jovem, o cantor vem conquistando seu espaço e, mais do que isso, representando muito bem a comunidade trans. Seu último single lançado em 2022 foi ‘’Tudo ou nada’’. Acompanhe o trabalho de Nick.

7) Viridiana

Autorretrato. Foto: Divulgação

Viridiana é o projeto artístico de Bê Smidt, multiartista e pessoa não-binária de Porto Alegre. Mesclando referências da canção brasileira com a música pop e eletrônica dançante, Viridiana canta sua vivência se camuflando nos sintetizadores e se descobrindo na voz. A música surgiu de um exercício de composição na guitarra num período em que Viridiana passava por um bloqueio criativo. Viridiana produz e compõe todas as suas músicas em seu home studio, sintetizando seus sons e suas verdades. Isso se reflete na releitura do pop brasileiro setentista e oitentista com um olhar contemporâneo que marca o álbum “Transfusão”, antecipado pelos singles “3×4” e “Expectativa” lançados em 2021. Acompanhe o trabalho de Viridiana:

8) Mel

Autorretrato. Foto: Divulgação

Você já deve conhecê-la como Candy Mel, a líder feminina da Banda Uó. No entanto, após o grupo de pop tecnobrega anunciar seu fim, em 2018, ela abandonou e agora investe em carreira solo apenas como Mel. Seu primeiro projeto ainda está em desenvolvimento, mas a artista já lançou sete singles que misturam poesia e música. A cantora também participou da música ‘’Transbordar’’, do EP solo de Tchelo Gomez, membro do grupo de rap Quebrada Queer. Em 2020 a cantora também pode ser vista atuando em Vento Seco, filme brasileiro sobre uma história dissidente de obsessão e perseguição. Acompanhe o trabalho de Mel.

9) Boombeat

Autorretrato. Foto: Divulgação

Já conhecida como uma das integrantes do grupo de rap Quebrada Queer, Boombeat, com boas rimas e melodias dançantes, vem se destacando cada vez mais no cenário musical LGBTQIA+. O novo projeto de Boombeat, ‘’Bárbara’’, produzido pelo duo CyberKills, que trabalha com a rapper desde 2020. O novo EP de Boombeat vem com as faixas que passeiam pelo eletrônico, rap, trap, funk e muitos outros estilos musicais, entre elas destaco: “Todos Os Olhos Em Mim”, e “Trava Drama”, que conta ainda com a colaboração de Bixarte. O EP é finalizado com um áudio inspiracional, relatando sua vivência e experiências como travesti. Acompanhe o trabalho de BOOMBEAT.

10) Enme

Autorretrato. Foto: Divulgação

Misturando elementos do funk e do brega, Enme lançou seu primeiro single mais escutado no início do ano passado, com um ritmo acelerado e contagiante “Dama da Quebrada” que precedeu para o lançamento de seu novo disco ‘’ATABAKE’’. Inspirado na musicalidade do afro futurista, o disco “Atabake” é um projeto audiovisual que traz a história dos tambores enquanto instrumentos musicais e espirituais. Recentemente a artista foi uma das atrações do maior festival de cultura preta, AFROPUNK, e fazendo essa conexão da musicalidade ancestral e a cultura urbana contemporânea, Enme perpassa por vários gêneros musicais como o Reggae, Afropop, Hip Hop, Pagodão, Funk, Kuduro e o Criolabeat. Acompanhe o trabalho de Enme.

11) Julian Santt

Autorretrato. Foto: Divulgação

O artivista paraibano Julian Santos encontrou refúgio na arte e com a música busca atingir mais pessoas. Julian Santos é cantor e compositor, com o EP ‘’Xote System’’ lançado em 2022, composto pelas canções “Morena Bandida”“A Cada Dia” e “Livre Leve & Solta”. Julian já realizou dois outros trabalhos de forma independente, onde trouxe poesia marginal e música popular como base em “Transrevolução” e “Show-Manifesto”, que foram EPs que abordaram a temática da LGBTfobia e também o ato de amor e cuidado ao corpo trans. Acompanhe o trabalho de Julian.

12) EVYLin

(Autorretrato. Foto: Divulgação)

EVYLiN é uma multiartista baiana, nascida e criada em Salvador e começou sua trajetória criativa desde muito nova como compositora. Foi em 2018 que ela deu início à sua carreira postando vídeos de suas rimas nas redes sociais. Misturando seu flow com ritmos alternativos, a rapper lançou seu primeiro single em 2020 intitulado “Sacode”. Seu último lançamento foi em 2022 com a faixa intitulada “Grená” e também recentemente integrou o selo de artistas Batekoo, que apoia artistas LBTQIA+ nos processos de produção e projeção no cenário da música independente. Acompanhe e conheça o trabalho de EVYLin

Por fim, escutar artistas trans e travestis não só no dia da Visibilidade Trans e Travesti, mas em todos os outros dias é também passar por um processo de conscientização para além do aspecto informativo de morte e estigmatização.  São tempos de darmos espaço, oportunidade e luz às pessoas. Acompanhe, compartilhe e divulgue o trabalho de artistas trans e travestis.

Fonte: Agência Jovem

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