Médico Fábio Mesquita retorna ao Ministério da Saúde para liderar área de combate ao HIV, ISTs e hepatites virais

 Especialista esteve durante 12 anos na Organização Mundial da Saúde (OMS) e foi pioneiro no trabalho com pacientes infectados pelo vírus HIV em Santos, no litoral de São Paulo.


O médico especialista em saúde pública Fábio Mesquita foi indicado ao Ministério da Saúde para o cargo de diretor da área de vírus da imunodeficiência humana (HIV), infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) e hepatites. O departamento voltou a existir no governo do presidente Lula (PT), após ser extinto durante o período em que Jair Bolsonaro (PL) esteve na Presidência da República.


Fábio Mesquita possui reconhecimento internacional no enfrentamento às doenças mencionadas, e fez parte do Ministério da Saúde de 2013 a 2016. Além disso, o especialista esteve durante 12 anos na Organização Mundial da Saúde (OMS) e foi pioneiro no trabalho com pacientes com o vírus HIV na cidade de Santos, no litoral de São Paulo.


Conforme reportado pela TV Tribuna, emissora afiliada à Rede Globo, Mesquita se une a cientista social, socióloga e pesquisadora Nísia Trindade, a primeira mulher a assumir o Ministério da Saúde na história do país. Em entrevista, ele destacou os desafios que enfrentará no retorno ao departamento.


"Em 2012, a gente teve um apagão de dados, e é uma questão que a gente precisa melhorar. Mas, certamente, a pandemia de Covid-19 afetou a luta contra Aids no mundo inteiro, e também impactou as hepatites virais. Por exemplo, a vacinação da Hepatite B, que é uma coisa extremamente importante, foi afetada, como toda vacinação no Brasil", revelou Mesquita à emissora.


Além disso, o médico falou sobre o trabalho realizado com pacientes infectados com HIV em Santos (SP). "A lei municipal que obrigou o Sistema Único de Saúde (SUS) a comprar e prover o medicamento antirretroviral, que na época era muito caro, custando quase 7 mil dólares o tratamento por ano, inspirou a lei Sarney".


Ainda de acordo com o médico, seis meses depois, a lei se tornou nacional, seguindo a mesma lógica. "Santos foi, sem dúvida nenhuma, um grande exemplo da luta contra Aids no Brasil, e serviu também de inspiração em vários lugares do mundo".

Por fim, o médico destacou que a cidade foi a pioneira na América Latina com um programa de redução de danos, realizando a distribuição de seringas para pessoas que compartilhavam drogas injetáveis, que, segundo Fábio, nos anos 80, era a causa da metade dos casos de Aids na região.


Fonte: G1

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