Quase um ano após ter nome e gênero retificado, adolescente trans recebe documento com 'nome morto'

'Nome morto' se refere ao registro de nascimento, antes da mudança para um nome adequado ao seu gênero. Etufor, órgão que emitiu o documento, informou que o erro na identidade estudantil ocorreu durante o processo de confecção pela gráfica prestadora de serviço.




Quase um ano após ganhar na Justiça o direito de mudar o próprio registro civil, alterando nome e gênero, em uma ação inédita no Ceará, a adolescente trans Lara Mendes Magalhães Torres, de 17 anos, recebeu a carteira estudantil de Fortaleza com o "nome morto" como se refere ao registro de nascimento, antes da mudança para um nome adequado ao seu gênero.

O caso foi relatado nas redes sociais pela mãe de Lara, a jornalista e escritora Mara Beatriz Mendes Magalhães. Na publicação, ela destacou o constrangimento causado à jovem e à família pelo fato do documento, que concede o desconto de meia entrada para os alunos, não ter inserido o novo nome da garota. 

"Quando a gente vai ter paz? Nunca? Entrei na Justiça para retificar o nome da Lara porque ela e nós não aguentamos mais o nome morto dela sempre ressurgindo, a 'retraumatizando'. Já não basta tudo que passamos e que culminou na expulsão dela por transfobia na escola em que ela estudava desde os dois anos? Com a certidão de nascimento nova, achávamos que isso acabaria, mas parece que nunca acaba… Vamos ter que conviver com esse fantasma empurrado sempre pela nossa goela abaixo?", escreveu Mara Beatriz.

Conforme a jornalista, a filha ligou da escola arrasada, porque a Empresa de Transporte Urbano de Fortaleza (Etufor) "mandou a carteira de estudante nova com um nome que nem existe mais".




Fonte: G1


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