Mulher trans é obrigada pagar valor "para homens" em bar no litoral de SP

 


Uma mulher de 37 anos foi obrigada a pagar o valor "para homens" de um bar em Santos (litoral de São Paulo). Milena Augusta apresentou seus documentos na entrada do estabelecimento, mas por ser transgênero o nome de batismo ainda constava na identidade, que ainda não foi retificada.

O caso ocorreu na última quarta-feira (5). Milena decidiu ir com amigos ao Six Sports Bar. O local oferece dois tipos de entrada: homens pagam R$ 30, enquanto mulheres pagam R$ 15. A recepcionista responsável por cadastrar os clientes e entregar as fichas de consumo alegando que a cliente era um homem.

"Passei por uma grande humilhação, por uma das funcionárias da casa", desabafou Milena em sua rede social. "Falei: 'Como tenho que pagar R$ 30 se mulher para R$ 15?'. 'Porque você, para mim, é um homem'. Eu falei: 'O que você está vendo na sua frente?'. Ela disse: 'Estou vendo uma mulher, mas para mim seu documento é de homem, então você é um homem", relatou.

Milena é santista, mas mora atualmente na Itália com o marido. Ela decidiu voltar ao Brasil para passar um período com a família, enquanto se recupera de uma cirurgia. O tempo na cidade também será usado para atualizar seus documentos.

Em entrevista ao portal G1, Milena contou que a recepcionista "chegou a se desculpar, mas disse que cobraria como se eu fosse um homem mesmo assim". Apesar do constrangimento, ela entrou no bar com os amigos, "para não estragar a noite deles".

Ela enviou o desabafo ao bar, que respondeu com uma mensagem informando que o estabelecimento "não faz distinção de raça, cor ou gênero". Disse, ainda, que fizeram o levantamento e verificaram que o valor foi corrigido pela funcionária, e Milena foi cobrada em R$ 15.

A mensagem, no entanto, não agradou Milena. "A mensagem é muito bonitinha, mas não foi isso o que aconteceu. Sei o que passei dentro da Six", disse ao G1. Ela não pretende voltar ao estabelecimento por enquanto.

O bar se manifestou sobre o episódio de transfobia por meio das redes sociais. 

Fonte: G1


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