O que era pra ser um momento de felicidade neste final de ano virou um pesadelo na vida da Miss Transex Campos dos Goytacazes Thaylla Ferrarini. Ela foi a ganhadora do sorteio de uma moto da empresa Junior Car Motors, localizada na cidade do norte fluminense. A promoção foi anunciada em setembro e o sorteio aconteceu no dia 20 de dezembro, sendo registrado em vídeo pelo Instagram (Veja na postagem abaixo). Thay foi sorteada, parabenizada e orientada a procurar a empresa para a retirada da moto. De acordo com ela, ao perceber que uma trans tinha ganhado a promoção, o empresário Junior Vianna resolveu mudar as regras em cima da hora para não dar o prêmio para ela.
O caso foi divulgado pela ativista Luisa Marilac, que apontou transfobia e um certo “desconforto” no vídeo postado pela loja no Instagram. As duas agora buscam assistência jurídica para levar o caso para a justiça. Na postagem original, divulgada também no Facebook , a empresa pedia para que os participantes cumprissem as seguintes regras: seguir o perfil da loja, curtir a foto oficial, marcar três amigos (não valendo fakes, lojas ou artitas) e postar a foto do post marcando o pefil @juniorcarmotors na plataforma. Após pedir para que Thay fosse buscar seu prêmio, Vianna alegou a existência de uma outra regra: os três amigos marcados também teriam que seguir o perfil da loja. De acordo com Thaylla, isso não estava na postagem original (veja prints abaixo).
A empresa editou o post no Instagram, só que esqueceu de editar também no Facebook, onde todas as postagens originais, mesmo que editadas, ficam salvas. Dezenas de internautas indignados pediram para que o prêmio fosse entregue para a vencedora. Após muita cobrança, o empresário fez outro vídeo reafirmando que não entregará a moto e pedindo para que os internautas parem de mandar mensagens. Ele chama Thaylla de “o camarada” e diz que não vai voltar atrás. “O camarada viu que não ganhou. Tá aqui. Eu acho que eles não sabem ler, aí ficam falando besteira, meu irmão, achando que com isso eu vou voltar atrás no meu negócio, na minha posição” reclama.
“O pessoal está falando que sou homofóbico, racista, uma coisa que não tem nem lógica. A opção sexual é dela. Não tô nem aí, parceiro. A opção é dela. Eu quero mais é que ela seja feliz com a opção dela. O pessoal não tem o que falar, o que fazer, e fala m*”, diz ele, ao anunciar que fez outro sorteio e o novo ganhador já tinha entrado em contato. O Arrasa tentou falar com a loja pelo número divulgado na página do Facebook, mas não obteve resposta até o fechamento da matéria. Veja abaixo o regulamento original da promoção e as regras alteradas após o resultado do sorteio.
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