Cacau Protásio sofre racismo ao filmar em quartel dos bombeiros: 'Por que esse ódio?'


A atriz Cacau Protásio foi alvo de racismo durante filmagem do longa "Juntos e enrolados" no Quartel Central do Corpo de Bombeiros, no Centro do Rio, no último domingo. Os áudios em que alguns bombeiros criticam e ofendem a atriz foram publicados pelo colunista Leo Dias.





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 Indignada e muito triste, Cacau postou um desabafo em seu Instagram nesta quarta-feira. "Eu estou fazendo um filme, que eu faço um bombeiro, sargento, e domingo, eu fui filmar no batalhão de bombeiros no Centro da cidade. Fui super bem recebida, bem assessorada, sendo que tem um bombeiro que fez um vídeo de uma cena solta e espalhou por aí. Em momento algum ele desceu para saber o que estava acontecendo, o que era, e a cena que ele postou é o pedaço de uma cena que é um sonho do meu superior. Eu faço um filme, eu conto história, aquilo ali é uma ficção, não é realidade. E ele espalhou o vídeo com um áudio me chamando de negra, gorda, fdp, aquela cambada de viado... Racismo é preconceito, se vocês não sabem, se ele não sabe, e isso é muito triste. Não entendi porque tanto ódio", afirmou a atriz.

No longa, a atriz interpreta a bombeiro sargento Diana e divide a cena com Marcos Pasquim. Antes de saber que era alvo de comentários racistas por conta de alguns da corporação, Cacau postou uma foto no quartel com a seguinte legenda: "Eu gostaria de agradecer ao CBMERJ, na praça da República, por nos receber muito bem hoje, nos assessorou em todos os momentos. Muito obrigada! Essa corporação tem meu respeito, eu estou amando fazer uma Bombeiro Sargento Diana! Obrigada Deus , mais uma história linda para contar! Eu quero homenagear os Bombeiros maravilhosos da minha família @clvalente e @dirceuprotasio. Parceiro @pasquim, eu amei nosso dia", escreveu.

Ainda passada com a situação, a artista brada que não merece ser agredida, assim como nenhuma pessoa. "Sou negra, sou gorda, sou brasileira, sou atriz, eu conto histórias, conto ficção. Não mereco ser agredida, assim como nenhuma pessoa. Eu respeito a opinião de alguns bombeiros que dizem: 'ah, eu não acho certo'. Mas vai ver realmente a história antes de agredir. Eu printei tudo o que foi colocado na minha página. Tem uma menina no Facebook também superfalando mal. Postou uma foto minha de farda e os coleguinhas dela detonando. Tudo isso eu printei, porque isso é crime. Você ser preconceituoso é crime. Racismo é crime. Você pode não gostar, mas tem que respeitar. E por que esse ódio? Juro que não entendo. A cena é uma alucinação de um personagem, um sonho. Quando ele volta, eu tô ali, trabalhando. O bombeiro é uma corporação que eu respeito, que amo, que queria ser quando criança. Nas minhas primeiras entrevistas, sempre falei isso".

Chorando muito, Cacau diz ser uma pessoa forte, mas que ouvir tanta ofensa a deixou imensamente triste. "Como uma pessoa que veste uma farda tão linda tem essa postura? Como posso dizer que ele salva vidas? Que ele faz o amor, tendo essa postura e falando tanta coisa horrorosa, tanta coisa feia, ofendendo? Eu respeito e acho que eles têm o direito de gostar ou não gostar. Mas porque não vão perguntar primeiro? O mal da gente é não perguntar primeiro o que é. Primeiro todo mundo julga, joga pedra, xinga, para depois saber o que era e falar que não era algo tão ruim. Só estou aqui para dizer que racismo é crime. Isso não se faz", disparou a atriz.
A atriz é uma bombeiro sargento no filme 'Juntos e enrolados'
A atriz é uma bombeiro sargento no filme 'Juntos e enrolados' Foto: reprodução/instagram
A artista, que está na reprise de "Avenida Brasil", em cartaz nos cinemas com o filme "Vai que cola 2 - O começo", além da série homônima ao longa, exibido em nova temporada no Multishow, pede que haja mais compaixão entre as pessoas. "A filmagem da gente foi tão legal e agora eu ouço que vai ser tirada do filme, que vão mandar cortar. Então, por que as pessoas que estava lá autorizando acharam legal, abraçaram a gente e disseram que estava tudo bem? A gente não fez nada absurdo, se as pessoas pedirem para ver a cena, vão ver que não é nada absurdo. Mas respeito a opinião dos bombeiros, não sei o que eles passam, não sei o que é ser bombeiro de verdade, eu só admiro. Mas peço que a gente tenha mais compaixão um com o outro."
Antes de saber que fora vítima de racismo, Cacau, ao lado de Marcos Pasquim, fez um belo agradecido à corporação
Antes de saber que fora vítima de racismo, Cacau, ao lado de Marcos Pasquim, fez um belo agradecido à corporação Foto: reprodução/Instagram
Em nota, a assessoria de imprensa da corporação afirma que "O Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro (CBMERJ) não compactua com qualquer ato discriminatório. A corporação se solidariza com a atriz Cacau Protásio e já abriu procedimento interno para identificar o(s) militar(es) e apurar a conduta. O CBMERJ reforça o seu compromisso com a população de Vida Alheia e Riquezas Salvar independente de cor, gênero, raça ou qualquer outra distinção. Os atos divulgados não representam a corporação centenária que, por anos seguidos, é considerada a instituição mais confiável do Brasil."
Cacau e Marcos Pasquim dividem cena na história. O longa teve parte filmado no quartel do Corpo de Bombeiros

Fonte: EXTRA

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