Travesti de Cajazeiras/PB é constrangida ao ser impedida de usar banheiro feminino em festa




Por Edmar Ferreira

No último dia 23 de Agosto a travesti Joyce Monthinelly, de 29 anos, natural de Cajazeiras no Estado da Paraíba, compareceu à Delegacia de Polícia Civil do município para registrar queixa contra um dos seguranças que a impediu de usar o banheiro feminino em uma festa que aconteceu na AABB no dia 21.

Segundo Joyce Monthinelly, ao se dirigir ao banheiro feminino com uma amiga por volta das 23h, o segurança barrou a sua entrada no local agindo de forma grosseira e constrangedora, conforme relatou no Boletim de Ocorrência registrado na DP de Cajazeiras.

Boletim de Ocorrência registrado por Joyce Monthinelly na DP de Cajazeiras

Casos de transfobia como esse são muito comuns na sociedade, causando danos e transtornos às travestis e transexuais que sofrem diariamente com essa situação em diversos ambientes.

Essa população possui o direito de ser tratadas socialmente de acordo com a sua identidade de gênero, inclusive na utilização de banheiros públicos. Violar esse direito significa violar os princípios constitucionais da honra e da dignidade humana e dá direito a indenização por dano moral.

O reconhecimento da identidade de gênero de travestis e transexuais já é assegurando em diversos dispositivos legais, como o Decreto nº 8.727, de 28 de Abril de 2016 assinado pela Presidenta Dilma Rousseff que permite transexuais e travestis usarem seu nome social em todos os órgãos públicos, autarquias e empresas estatais federais. Essa medida vale para funcionários e também usuários.

Mais recentemente o Superior Tribunal Federal decidiu permitir que transexuais e transgêneros possam alterar seu nome no registro civil sem a necessidade de realização de cirurgia de readequação sexual. A maioria dos ministros decidiu também que não será preciso autorização judicial para que a travesti ou transexual requisite a alteração no documento, que poderá ser feita em cartório.

Outro importante reconhecimento veio da Organização Mundial de Saúde que retirou a transexualidade da lista de doenças mentais na nova versão da Classificação Internacional de Doenças, a CID-11, divulgada no dia 18 de Junho de 2018. Segundo a OMS, há claras evidências científicas de que não se trata de doença mental.

O Fórum Nacional de Travestis e Transexuais – FONATRANS pedirá providências ao Ministério Publico da Paraíba a ser enviado nos próximos dias. Situações como essa não devem ficar impunes e querem ação direta da sociedade para denunciar e evitar que crimes como esse continuem ocorrendo todos os dias.


Com informações do Jornal Folha VIP

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