PM que morreu e imprensa noticiou como mulher lésbica seria um homem trans


Na última semana foi noticiado o desaparecimento e, infelizmente, poucos dias após, a notícia da morte do PM Dudu dos Santos, encontrado morto dentro do porta-malas de um carro.

Acontece que durante toda divulgação do caso, o gênero e orientação sexual da vítima foram deduzidos por toda imprensa, se referindo ao PM como a mulher lésbica Juliane dos Santos, seu nome de batismo e como ainda constava em seus documentos e cadastro na Polícia. Mas sabe-se agora, de acordo com o que vem sendo dito por pessoas próximas a vítima, que na realidade se tratava de Dudu, um homem transgênero.

Ou seja, Dudu nasceu do sexo biológico feminino, sendo batizado como Juliane, mas em seu processo de descoberta da sexualidade e gênero, mais recentemente, tinha se entendido um homem transgênero.

Em seu perfil do facebook inclusive – deletado pela família após a morte – ele já não se identificava pelo nome de batismo Juliane dos Santos, mas sim como Dudu dos Santos.



Como muitas pessoas trans em seu processo de identificação, até que se realize o gênero verdadeiro com o qual a pessoa se entende, Dudu se apresentou como uma mulher lésbica até se encontrar definitivamente como homem trans.

No Facebook também é possível encontrar postagens de amigos próximos se referindo a ele como Dudu.

Ainda sobre o caso, vale ressaltar duas coisas:

A imprensa provavelmente não agiu de má fé ao noticiar o caso como uma PM mulher cis e lésbica. Esta ainda era “oficialmente” a identidade de Dudu nos documentos e na polícia, de onde a imprensa tirou as informações na intenção de se divulgar corretamente o caso.

Estamos noticiando o fato apenas em respeito ao gênero com o qual Dudu se identificava, porque consideramos importante que se divulgue e se corrija, ainda que nesta hora, o mais importante não seja orientação sexual, nem identidade de gênero ou qualquer característica pessoal, mas acima de tudo, a vida perdida de uma pessoa batalhadora e honesta, querida e admirada pela família e colegas de trabalho.

A motivação do assassinato e sequestro ainda é investigada pela polícia. E que seja feita justiça. De qualquer forma, temos aí, mais um corpo LGBT ensanguentado no país que mais mata LGBTs no mundo.

Fonte: Põe na Roda

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