PF faz operação contra tráfico de transexuais em Goiás e mais dois Estados



A Polícia Federal de São Paulo deflagrou, na manhã desta quinta-feira (9), uma operação contra o tráfico internacional de transexuais e trabalho escravo. Os policiais federais deram cumprimento a cinco mandados de prisão preventiva e oito mandados de busca e apreensão em Goiânia, Aparecida de Goiânia, Jataí, Rio Verde, Leopoldina (MG), Franca e São Paulo (SP), todos expedidos pela 2ª Vara Federal de Franca (SP).

A investigação teve início em novembro de 2017, quando a PF recebeu informações de que transexuais estavam sendo aliciadas pelas redes sociais com promessas da realização de procedimentos cirúrgicos para a transformação facial e corporal e da participação em concursos de misses na Itália.

As investigações apontam que as vítimas, ao chegarem à cidade de Franca, em busca das promessas, eram submetidas à exploração sexual e à condição análoga à de escravas, sendo obrigadas a adquirir dos investigados - roupas, perucas, sapatos-, o que as levava a um ciclo de endividamento.

De acordo com a PF, os investigados aplicavam silicone industrial no corpo das vítimas e as encaminhavam para clínicas médicas para implante de próteses mamárias, havendo indícios de que as próteses utilizadas eram provenientes de reuso.

As vítimas consideradas mais bonitas e promissoras eram enviadas à Itália para a participação em concursos de misses, tudo a expensas dos investigados, o que dava causa a um novo ciclo de endividamento. Naquele país, eram novamente submetidas à exploração sexual para o pagamento de suas dívidas com o grupo.

Durante as investigações foi apurado que esquema semelhante ao de Franca estava ocorrendo em Goiás e Minas Gerais. Houve indícios de que havia uma parceria comercial entre os investigados, mediante o “intercâmbio” de vítimas.

Os investigados responderão pelos crimes de tráfico internacional de pessoas, redução à condição análoga à de escravo, associação criminosa, rufianismo e exercício ilegal da medicina. Se condenados, as penas podem ultrapassar 25 anos de reclusão.


Uma entrevista coletiva está marcada para às 10 horas, na sede do MPF em Franca, em São Paulo.

Fonte: Jornal Novo Tempo

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