Três mulheres foram esfaqueadas durante uma marcha pela legalização do
aborto na última quarta-feira (25) na alameda Bernardo O'Higgins, principal via
de Santiago, a capital do Chile, segundo informou a organização Mesa Acción,
que defende o direito à interrupção da gravidez.
Macarena Castañeda, porta-voz do grupo, relatou que "um grupo de
encapuzados começou a armar barricadas na marcha, a um quarteirão do centro da
manifestação. "De repente, alguns deles começaram a esfaquear as mulheres
que estavam passando. Algumas perceberam as agressões e também foram atacadas
enquanto tentavam defendê-las", disse.
Segundo Castañeda, uma das vítimas teve um corte no abdome e as outras duas
foram atingidas nas pernas e nádegas. As lesões não foram graves, e as mulheres
passam bem. "Isso é terrorismo, não quero chamar de outra maneira. Quando
um grupo quer amedrontar o outro para evitar que ele possa expressar suas
ideias livremente, sem provocação alguma. Tentaram impedir a marcha para que
não pudéssemos passar", acrescentou Castañeda.
Além das mulheres atacadas, um policial se feriu sem gravidade enquanto
trabalhava no protesto. Segundo o jornal chileno El Mercurio, a polícia vai
instaurar um inquérito sobre o caso. O ministro do Interior do país, Andrés
Chadwick, disse "condenar de forma categórica" os incidentes e que a
investigação visa a encontrar todos os responsáveis pelo que classificou como "repudiável
ação".
A polícia local estima que 15 mil pessoas estavam presentes na manifestação,
número diferente do calculado pelas organizadoras, que falam em 50 mil. No
Chile, o aborto foi legalizado em 2017 em apenas três casos: quando há
inviabilidade fetal, estupro ou risco de saúde à mãe. Hospitais locais, no
entanto, se amparam no princípio da objeção de consciência (direito de não
obedecer a leis ou ordens por motivos éticos ou religiosos) para não realizar
os procedimentos.
Fonte: UOL
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